Numa teia estranha em caminhos
muitos passam sem dar explicação
mas os loucos não passam por lá sozinhos,
Ficam melhores quando estão em comunhão.
Vez por outra um louco novo chega à teia
e é acolhido pelos loucos que lá passam.
O louco novo logo à família se assemelha
e enlouquece mais a cada descompasso.
Um louco atiça o outro, é verdade.
E a chama na teia aferventa
com malícia, mistério e maldade,
o louco solitário não se agüenta.
E todos enlouquecem bem ali
diante dos olhos dos outros
mas os loucos não sabem distinguir
olhares famintos de cordeiros e lobos
E a loucura não acaba nesta teia,
se prolonga e pelo dia se estende,
louco com criança se assemelha
e o coração de diversão se enche.
Loucamente as horas vão passando
e os loucos vão passando sem pudor.
Quem me dera ser um louco neste plano
pra viver alguns momentos sem minha dor.
Melodia Noturna
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