Vozes do Passado

Retroceda ao ponto inicial
do contrato sobrenatural
que selamos a tanto tempo atrás

A sacerdotiza me guiou

nos primeiros raios da manhã
e a minha sentença eu assinei
sem saber o que esperar

E se realizou o meu apelo então,
não foi para ser assim, hoje eu abro mão
que se desfaça enfim tudo que eu desejei
Foi inocência mas os anjos disseram amém

Arranque os velhos sonhos do meu peito
Que a magia não faça mais efeito
E eu aceito fechar os portais
que um dia eu atravessei

Esse é o preço que se paga
por não ter cuidado com as palavras
E trilhar um fim
sem conhecer por onde andar

Vozes que ecoam
E os doze sinais
Levem meus desejos
Para nunca mais....

Melodia Noturna

Sozinha

Às vezes eu sinto falta

de um abraço apertado

de um beijo roubado

com sorriso peralta.

Sou carente por natureza

porém esta é a hora

de ficar sozinha, embora

o amor seja uma grande riqueza.

Não é assim tão fácil

me isolar, me prender

estou com medo de me perder

em algum olhar dócil.

Me fere um pouco ouvir canções

que falem de histórias parecidas

ou dificuldades vencidas

transbordando de emoções.

Mas estou bem comigo mesma

sendo eu minha companheira.

Sou mulher e menina arteira,

com histórias escritas em resma.

Melodia Noturna

mOrphine

Ah como preciso de uma dose
de seu beijo analgésico, oh Morfeu
O relaxar, sonho qual hipnose,
A abrandar a dor do peito meu.

Venha, me ofereça a sedação
Tire de mim este viver enfadonho
Deixe meu corpo livre e sem ação
Ao menos por instantes me traga um sonho.

Moldarás este sonho como quiseres
pois és aquele que vem a mim como um amor
Espanta da minh´alma os abutres
Ouça bem aqui o meu clamor.


Não demores, pois já anoiteceu
É o que peço de todo coração.
Em seus braços me entrego, Oh Morfeu,
És a morfina que imploro em oração.

Melodia Noturna

Conselhos à Fada.

Quantos caminhos a escolher
Mas talvez apenas um seja o que quer
Porém este possa estar a se dissolver
Então...o que fazer, mulher?

Apenas lembre-se do que és
Inteligente, bonita e carismática
Não receie mesmo que profanes
Receie apenas ser apática.

Aproveite o que a vida te dá
Consuma as oportunidades presentes
Qual ampulheta que a areia se acabará
E não penses nos futuros acidentes.

Pois a vida é feita de acasos
Encontros e desencontros,
Medida pelos silêncios e abalos
És guerreira, encare os monstros!

Vai poderosa fada madrinha
E realizes seus próprios desejos
Esqueça os outros, e...adivinha?!
Delicie-se com açucarados cortejos.


PS: à @Kwaleria, minha fada madrinha, com carinho.

Melodia Noturna

Beleza nos Jardins

Nas águas cristalinas banhei meu corpo em chamas

E, saciada então de meu desejo, me perfumei em lavandas

Saí pelos jardins em lento caminhar sob o sol

Que tocava minha pele e cabelos de caracol.

Tão suave e ameno era seu toque

Agora suplico que sempre me invoque

Pois já havia esquecido de como eras

Afinal, por muito me escondi nas trevas.

Andando por entre as flores diversas

Multicoloridas de poses inversas

Sinto-me apenas mais uma entre elas

Completamos a beleza – elas a minha e eu delas.

E o vento sopra fraco, vivo e refrescante

Balançando cabelos e pétalas aqui, folhas adiante

Das árvores vejo os troncos retorcidos

Relembrando os velhos pecados esquecidos.

Mas não quero mais pensar no passado

Já que às portas dos jardins tudo deve ser apagado

Pois todos seres de beleza andam nus,

Muito prazer, sou filha de Vênus.

Melodia Noturna

Inominável

Chegamos ao fim, ou eu volto ao começo?

Não é tão ruim viver do avesso.

Te vi sorrir e chorar, te vi desesperar.

Participei dos teus planos, mesmo sem me tocar.

Me afoguei em enganos ao vê-lo se afastar.

E mais uma vez cá estamos, distantes nos pondo a pensar.

Entre deja-vus e profecias eu pereço,

Na tua imagem a atormentar no que me pareço.

Estamos realmente tão distantes?

Não tivemos provas o bastante?

Agora enxergo a realidade, tão clara e luminosa verdade

Não chegamos ao fim, tampouco volto ao começo.

A história segue seu curso à frente, mesmo que pareça o avesso.

Melodia Noturna

Abraço Noturno

Venha a mim em astral
E assista-me em sono profundo
Vestida em beleza cotidiana real
Na masmorra que me escondo no escuro.

Os lençóis perfumados de jasmim
Tocam a pele fria em doce alento
Venha meu principe até mim
Silencioso nas asas do vento.

Abraça-me como tua princesa
As mãos nas costas demosntram sua ação
Leve-me a teu peito com a certeza
De que não bate em seu peito um só coração.

Confundam-se os batimentos desordenados
Os meu calmos como plumas a voar
Os teus junto dos meus agora encontrados
Pelo tempo unidos a se acomodar.

Enquanto isso eu sonho levemente
Porém não és capaz de me acordar
Meu principe me visita novamente
Suave para não me despertar.

Depois me deite como antes me encontrou
E na cabeceira vigia os sonhos meus
Pois meu querido nunca me despertou
Mesmo na hora de dizer adeus.

Melodia Noturna